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Coluna vertebral: tão moderna quanto os prédios mais modernos do mundo

Amortecedores eletrônicos, amortecedores de molas, materiais especiais e até uma enorme e pesadíssima esfera pendular fazem um prédio moderno aguentar as consequências de um terremoto de até 7 graus na Escala Richter.

Países como Japão, Indonésia, Filipinas, Chile e Estados Unidos, alguns dos que mais sofrem com os abalos sísmicos, precisaram inovar, pesquisar e aprimorar seus processos de construção e engenharia, especialmente em edificações muito altas, para suportar os terremotos.

Um abalo de nível 7 na Escala Richter acontece, em média, 18 vezes por ano e é considerado de grandes proporções, com potencial destruidor enorme. Mas terremotos podem chegar até a magnitude 10 da escala logarítmica, embora a história nunca tenha registrado um nessa proporção.

Imagine, então, se um maior prédio do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai, nos Emirados Árabes, com 828 metros, não precisa de toda e qualquer técnica de precaução a abalos.

Coluna Vertebral: nosso prédio

Assim como as edificações mundo afora, nossa coluna vertebral é um prédio, mas de ossos, com várias estruturas sobrepostas que denominamos de vértebras.

São 33 vértebras, uma em cima da outra, que precisam aguentar o impacto do nosso corpo e cujo conjunto precisa ser flexível o suficiente para as infinitas atividades do corpo humano.

A saber o que compõe esse prédio: existem as vértebras cervicais, as torácicas, as lombares, as sacrais e o cóccix.

Os andares

Elas recebem números para serem melhor identificadas pelos profissionais de saúde. Por exemplo, as vértebras cervicais são sete, dão suporte à cabeça e são designadas como C1, C2, C3, C4, C5, C6 e C7, sendo a C1 a que fica no topo.

As mais numerosas vêm a seguir. São 12 as torácicas, que estão conectadas às costelas e dão suporte à parte mais pesada do tronco. Logo abaixo da C7, temos a T1 e, sucessivamente, uma empilhada na outra, até chegar à T12.

Logo na sequência, temos as cinco vértebras lombares, dando suporte e flexibilidade à parte lombar. A L1 vem logo abaixo da T12, empilhando uma a uma até a L5.

Nosso prédio está chegando ao “térreo”. Temos agora o sacro, composto por cinco vértebras unidas, sem espaçamento, fortalecidas, com o intuito importante de unir toda a estrutura acima à complexidade da região pélvica. Elas são a S1, S2, S3, S4 e S5.

Por fim, o cóccix, que é o “térreo” dessa intrigante edificação. São quatro vértebras também unidas, como base à estrutura pélvica.

O sistema de amortecimento

Sim, também temos um complexo e eficiente sistema de amortecimento no nosso prédio interno.

Enquanto os sismólogos contam perto de 8 mil microabalos todos os dias (sim, todos os dias!), com magnitude abaixo de 2 graus na Escala Richter, além de mais ou menos mil diários até 3 graus – abalos esses que não são sentidos por nós –, o nosso corpo também cria abalos mínimos com o simples ato de caminhar.

Por isso, nosso corpo é munido de estruturas amortecedoras que ficam entre as vértebras, fazendo com que as estruturas ósseas não batam umas nas outras.

Essas estruturas são os discos. Eles ficam envoltos por um anel fibroso e um núcleo pulposo.

O núcleo pulposo é semigelatinoso e ele dá aquele respiro para as vértebras não se tocarem e amortecer os impactos causados por desde milhares de passos diários até saltos, quedas, levantamentos, carregamentos de pesos e tudo o mais.

Já o anel fibroso é formado por fibras de colágeno e sua função é manter o núcleo no seu devido lugar.

Qualquer alteração na estrutura desse disco intervertebral, causa a famosa hérnia de disco, ou a protusão discal, que são problemas quase idênticos.

A hérnia de disco é a maior responsável pela falta ao trabalho no mundo inteiro. Isso porque exigimos demais do nosso corpo e cuidamos pouco dele.

Terremotos

Ao contrário de terremotos, movimentação de placas tectônicas que os sismólogos ainda não conseguem prever e que causam muitos estragos e mortes por todo o planeta, nossa coluna vertebral pode receber cuidados preventivos que evitam desgastes e problemas.

São questões como alimentação, postura (como bem falamos nesta entrevista), fortalecimento, vitaminas e tantas outras que fazem com que nossos pequenos e constantes terremotos diários tenham pouco ou nenhum impacto na estrutura.

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