Sacro. Adjetivo relativo ao que é divino, à religião, aos rituais e ao culto; sagrado, santo. Figurativo, aquilo que é digno de respeito, veneração.
Sagrado. Adjetivo relativo ou inerente a Deus, a uma divindade, à religião, ao culto ou aos ritos; relativo ao que recebeu a consagração, que se sagrou (sagrado imperador, por exemplo);
relativo a tudo quanto, por pertencer à divindade ou ser considerado como tal, participa do culto e respeito que se tem a essa mesma divindade (o cálice sagrado, por exemplo); que inspira ou deve inspirar respeito religioso ou profunda veneração (o sagrado coração de Jesus, por exemplo).
Adjetivo relativo também ao que não se deve infringir; inviolável, como a “sagrada liberdade democrática”; ao que não se pode deixar de cumprir, um “sagrado compromisso”; e algo muito estimado, em que não se deve tocar ou mexer, um “objeto sagrado”.
Também um substantivo masculino, o que é ou foi consagrado (pelas cerimônias do culto) e um lugar vedado à profanação; local privilegiado.
Assim o grande Dicionário Houaiss define as palavras “sacro” e “sagrado”, correlatas.
O Brasil é um país bastante religioso e as pessoas prezam pela liberdade de culto. Em recente pesquisa do Datafolha, de 2020, 50% dos brasileiros são católicos, 31%, evangélicos e 10% não têm religião – não ter religião ou ser ateu também são opções válidas.
Não importa qual seja sua crença ou sua preferência religiosa, todos, sem exceção, tem algo de sacro dentro de si. E não é exagero.
Dentre as nossas 33 vértebras que constroem da coluna vertebral, quase na base dela, temos cinco, sem espaçamento, fortalecidas, com o intuito importante de unir toda a estrutura que está acima à complexidade da região pélvica.
Elas são as vértebras S1, S2, S3, S4 e S5 e formam o sacro, um grande osso triangular logo acima do cóccix, composto por outras quatro vértebras também unidas, como base à estrutura pélvica.
A região pélvica é de fato uma região “sagrada” para a anatomia humana, onde ficam os órgãos reprodutores que dão continuidade à nossa existência. Mas a origem do nome do osso não se dá exatamente por esse motivo.
Segundo a escritora Dad Squarisi, em seu blogue no Correio Braziliense, “a tradição da numerologia sempre alardeou o 33 como o grau mais alto da maçonaria — o mais sagrado, aquele que simboliza a verdade divina”.
“Na escadaria da coluna vertebral”, Squarisi escreveu, “a energia sobe e desce unindo a mente celeste ao corpo físico. Nesse sentido, o corpo é, de fato, um templo. Jesus foi crucificado aos 33 anos, José supostamente tinha 33 anos ao se casar com Maria, Jesus teria operado 33 milagres, e o nome de Deus é mencionado 33 vezes no Gênesis. Nessa mesma linha, no Islamismo todos os habitantes do paraíso têm, eternamente, 33 anos”.
O sacro também é chamado de outros nomes: coluna sacral, vértebra sacral, osso largo, osso das nádegas. Não importa o nome, sua importância no nosso corpo é sagrada.
Ele está ligado à bacia pelo ílio, outro osso importante, formando a articulação sacroilíaca. Assim, temos nossos membros inferiores conectados à parte superior do nosso corpo pela cintura pélvica.
Essa estrutura permite o nosso doce e sagrado caminhar corriqueiro. Quer algo mais importante do que isso?
Nosso corpo todo é um templo, um santuário. Devemos, pois, cuidar dele e só nós podemos fazer isso com a importância devida.
Atividades físicas regulares, boa alimentação, hidratação, sono balanceado etc. são algumas das muitas ferramentas disponíveis. Mas a prevenção médica também. Consulte sempre um especialista assim que sentir algo de errado.
Um médico não é deus, mas ele estudou o suficiente e se aprimora cotidianamente para que possa compreender as dores e os problemas que o seu templo, quer dizer, seu corpo, possa apresentar.
Nossa saúde é o que temos de mais sagrado.