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O corpo: o planeta água de cada um de nós

Água. O milagre da vida. Dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio formam a mais imprescindível substância química capaz de manter nosso planeta habitável e, mais a fundo, criar e manter a vida tão diversa quanto conhecemos.

Não à toa, Guilherme Arantes escreveu “Planeta Água”, um dos seus maiores sucessos, lançado em 1981.

“Águas escuras dos rios / Que levam a fertilidade ao sertão / Águas que banham aldeias / E matam a sede da população”, ele cantou. “Água que o sol evapora / Pro céu vai embora / Virar nuvens de algodão / Gotas de água da chuva / Alegre arco-íris / Sobre a plantação / Gotas de água da chuva / Terra, Planeta água!”.

Água no corpo humano

A água é o principal componente do planeta, todo mundo sabe, mesmo sem conhecer a linda canção de Arantes (como não conhecer?). E ela tem a mesma importância no corpo humano.

Em um adulto, a água representa cerca de 60% do nosso peso, enquanto em crianças em desenvolvimento, 80%.

A água é o principal componente de nossas células, além do plasma sanguíneo, por exemplo, levando nutrientes para cima e para baixo do nosso corpo. Por isso, é tão importante hidratar-se bem durante o dia, já que não acumulamos esse bem tão caro à nossa vida.

Mamães e vovós, sábias como sempre, não cansam de dizer: “beba bastante água”. Estão certíssimas! Espera-se a ingestão de algo em torno de dois litros e meio de água por dia, pelo menos.

Proteção

A água está em todo canto do nosso corpo, incluindo no fluido das articulações, nas membranas que envolvem o sistema nervoso, no suor que regula nossa temperatura, na lubrificação dos olhos e nas lágrimas de nossos sentimentos, na saliva que é o primeiro passo da digestão e no suco gástrico; por onde você olhar, lá está ela.

Ela é, inclusive, um importante composto para proteger nossa coluna vertebral.

Sim, a água é um dos principais compostos dos discos que temos entre as vértebras e que protegem essa estrutura complexa de se atritar e se desgastar.

Lembre-se: nossa coluna é um prédio com 33 vértebras, uma em cima da outra, que precisa aguentar o impacto do nosso corpo e cujo conjunto precisa ser flexível o suficiente para as infinitas atividades do corpo humano.

Para isso, é preciso um eficaz sistema de amortecimento e proteção aos impactos.

Esse trabalho cabe justamente aos discos intervertebrais. Eles ficam envoltos por um anel fibroso e um núcleo pulposo.

O núcleo pulposo é semigelatinoso e ele dá aquele respiro para as vértebras não se tocarem e amortecer os impactos causados por desde milhares de passos diários até saltos, quedas, levantamentos, carregamentos de pesos e tudo o mais.

Já o anel fibroso é formado por fibras de colágeno (que também tem água!) e sua função é manter o núcleo no seu devido lugar.

Discopatia degenerativa

Mas, como já dizia aquele famoso jingle publicitário, “o tempo passa, o tempo voa” e o nosso corpo não continua sempre numa boa. Ele se desgasta e se degrada naturalmente com a idade. Faz parte da vida.

A discopatia degenerativa, como o nome indica, é a degeneração da capacidade do disco de nos dar proteção. Com o passar do tempo, os discos perdem líquido e vão se afinando, diminuindo sua potência protetora.

A desidratação do disco pode levar a problemas que causam dor nas pessoas.

Porém, não é só o envelhecimento natural que leva ao problema. Fatores como obesidade, tabagismo, lesão grave, atividades físicas intensas (incluindo as laborais) ou, do lado oposto, o sedentarismo, podem levar à degeneração.

Prevenção e tratamento

Normalmente os “andares” mais afetados da coluna são os das vértebras L4-L5 e L5-S1, região lombar, e C5-C6 e C6-C7, mais acima, na cervical. Isso porque é onde se aplica a maioria dos nossos esforços.

É claro que não se previne a degeneração do disco apenas bebendo água. Infelizmente, ainda não conseguimos mandar água exatamente para uma função específica no nosso organismo. Não dá para comandar isso em nosso corpo.

É preciso levar uma vida regrada, sem excessos, o que sabemos é bem difícil na nossa loucura cotidiana.

Como também não é possível injetar água diretamente no disco (infelizmente não funciona assim), caso o desgaste leve a algum problema, ele precisa ser avaliado pelo médico, que orientará o melhor procedimento para aplacar a eventual dor.

Mas há tratamentos fisioterápicos, medicinais e até cirúrgicos no leque de opções do seu médico.

Ele irá identificar a degeneração do disco em exames de raio x, ressonância magnética ou tomografia e, então, analisar o melhor caminho.

Um mar de opções

Por sorte, hoje a medicina está avançada o suficiente para oferecer ferramentas clínicas, medicinais ou cirúrgicas que ajudam o paciente nos seus momentos de dor e incapacidade momentânea.

Há um mar de opções para isso. Águas onde se pode navegar com sabedoria para devolver a qualidade de vida à pessoa.

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