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Escoliose Idiopática: números, avanços, a matemática e a ciência

Números podem ajudar a entender o tamanho de um problema para a sociedade.

Peguemos o caso da escoliose, que é uma das deformidades mais frequentes da coluna vertebral, atingindo 1% da população. Não é pouca coisa. Ao recorrer à matemática simples, podemos entender a magnitude.

Somos em torno de 8 bilhões de seres humanos. Um por cento são 80 milhões de pessoas – a população de países como Alemanha, Irã e Turquia.

No Brasil, esse 1% daria 2 milhões de pessoas – mas a projeção é que seriam 3% dos brasileiros com a doença, o que daria 6 milhões de habitantes nos nossos 8,510 milhões de quilômetros quadrados e 7.491 quilômetros de litoral.

Há dados, entretanto, que dão conta de que a escoliose está presente em 2 a 3% da população mundial. Já estaríamos falando de algo entre 160 e 240 milhões de pessoas, o que é mais do que a população toda do Brasil – de algo em torno de 212 milhões de habitantes.

A Escoliose Idiopática

A forma mais comum da deformidade é a escoliose idiopática. Ela representa cerca de 85% dos casos.

Na estimativa mais otimista, de 1% das pessoas mundialmente com escoliose, a idiopática acometeria 68 milhões de pessoas, mais do que a população da França ou do Reino Unido. No Brasil, seriam 1,7 milhão ou, na projeção mais alta, de 3%, 5,1 milhões de brasileiros.

Na projeção mundial mais alta, seriam entre 136 e 204 milhões de pessoas com a idiopática.

Números dizem muito sobre o problema médico ou clínico enfrentado pela humanidade, como se vê. Mas a ciência por trás das estatísticas e projeções corre paralelamente à luta da ciência para descobrir de fato o que causa tal deformidade.

E, mais do que isso, esconde dramas individuais de quem é portador da escoliose idiopática.

Tipos e mais números

A escoliose idiopática é dividida em: infantil (de 0 a 3 anos), juvenil (de 4 a 9) e adolescente (de 10 anos até a idade adulta). Como se vê, são crianças e adolescentes.

Como é comum na medicina, os agravos à saúde, quando cedo diagnosticados, são sempre melhor e mais facilmente tratados, do que em seus estágios mais avançados. Então, pais e responsáveis devem tentar agilizar o diagnóstico.

A escoliose idiopática do adolescente acomete principalmente o sexo feminino e é 5 vezes mais comum do que no sexo masculino.

E aqui está um desafio para a ciência, que a matemática não pode resolver: sua causa não é conhecida até hoje, embora, alguns estudos já evidenciem fatores genéticos, hormonais e metabólicos. A ciência está avançando.

A evolução da doença depende de fatores que também podem ser colocados em números, como: a idade do paciente no momento do diagnóstico, o seu potencial de crescimento, a magnitude da curva (angulação) e a rotação das vértebras envolvidas.

Diagnóstico

Os portadores dessa deformidade podem apresentar alterações no formato da caixa torácica (giba dorsal), desnivelamento de ombros e/ou cintura pélvica, proeminência das costelas ou flancos e assimetria das mamas.

Em geral, a deformidade vertebral não é dolorosa, e o exame neurológico é normal.

O diagnóstico da escoliose é suspeitado durante a consulta e exame clínico, e confirmado através de imagens radiográficas.

Tomografias e ressonância magnética nuclear são outros dois métodos de exames diagnósticos.

Tratamento e curvas

O tratamento é baseado na gravidade, na possibilidade de progressão da curva de deformidade e na idade do paciente.

Estudiosos do mundo inteiro recomendam a simples observação para curvas com valores angulares abaixo de 25 graus.

As curvas entre 25 e 45 graus são indicativas do uso de órteses (coletes), desde que o paciente esteja em fase de crescimento. Entretanto, elas não são recomendadas para o esqueleto maduro.

Aquelas acima de 45 graus têm indicação de cirurgia de correção, uma vez que, sua progressão pode estar relacionada ao surgimento de dor crônica vertebral, alterações neurológicas por compressão ou estiramento de estruturas nervosas e/ou alterações pulmonares e cardíacas, que são as mais temidas.

No final, o número que mais importa é: cada 1 novo paciente tratado e curado é 1 alegria nova.

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