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Entrevista: Diego Bolzan – anestesia no auxílio aos procedimentos cirúrgicos

Diego Bolzan é médico formado pela Unifenas, em Alfenas, Minas Gerais, com especialização em anestesiologia pela Santa Casa de Misericórdia de Passos, também em solo mineiro. Além disso, é pós-graduando em medicina intensiva pelo hospital israelita Albert Einstein, de São Paulo.

Bolzan atua há seis anos e é o entrevistado deste mês aqui do Ibedor para tirar detalhadamente as dúvidas sobre anestesia, os cuidados, os riscos, os medos, o avanço da ciência, ressaltando a importância da conversa do paciente com o médico: “avaliação pré-anestésica é conhecer o binômio paciente/procedimento cirúrgico, e traçar a melhor estratégia para acontecer o procedimento”.

“Conversem com seus médicos. Tirem todas as dúvidas e apresentem todos os seus receios”, ele ressalta.

Isso porque anestesias existem para que o paciente passe pelo procedimento com nenhuma dor ou incômodo e tenha um melhor pós-operatório. É confiando na ciência, nos avanços médicos e, claro, nos profissionais envolvidos é que se faz uma medicina melhor. É esse tipo de tranquilidade que Bolzan nos passa.

Praticamente todos os procedimentos ortopédicos são realizados com auxílio do médico anestesiologista. Quais as técnicas mais comuns e como é feita essa escolha?

A escolha de qualquer procedimento anestésico parte da combinação paciente e procedimento cirúrgico proposto. Procedimentos que causam dor pós-operatória muitas vezes são realizados com anestesias combinadas, fato muito comum na ortopedia.

Dentre os procedimentos anestésicos mais comuns temos a raquianestesia, bloqueio peridural, bloqueios periféricos e anestesia geral.

Na maioria dos hospitais é sugerida a avaliação pré-anestésica a um determinado procedimento cirúrgico. Qual a importância dessa avaliação e quais os pontos fundamentais avaliados?

A importância da avaliação pré-anestésica é conhecer o binômio paciente/procedimento cirúrgico, e traçar a melhor estratégia para acontecer o procedimento. Associado a isso, sanar dúvidas e confortar os pacientes passa a ser rotina durante essas avaliações.
Os fatores abordados durante as avaliações são doenças pré-existentes, alergias, anestesias e/ou cirurgias prévias, vícios. Além de um exame físico completo e especifico da via aérea do paciente. Orientação sobre o jejum pré-operatório também deve ser abordado pelo médico.

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Quais os principais exames antes de um procedimento ortopédico?

Está questão só pode ser respondida individualizando o paciente, uma vez que patologias pregressas e o porte cirúrgico vão interferir na escolha dos exames.

No entanto, rotineiramente, exames mais simples são pedidos: hemograma completo, coagulograma, creatinina, sódio, potássio, radiografia de tórax e eletrocardiograma.

O termo de consentimento pré-anestésico assinado pelo paciente ou responsável legal é um documento exigido na maioria dos hospitais. Que importância esse documento tem para o paciente e para o médico?

Para o paciente, após a leitura, é o momento de sanar duvidas que anteriormente não surgiram. Também nesse momento o paciente concorda com a estratégia anestésica proposta.

Já para o médico é um resguardo jurídico de que todo o ato anestésico, incluindo riscos e benefícios, foram explicados e estavam de comum acordo. Não o isenta da responsabilidade de complicações, mas sim dá ciência ao paciente que complicações podem acontecer e quais são.

Que conselhos o senhor daria para o paciente e seus familiares ao se verem perto da realização de um procedimento cirúrgico?

Conversem com seus médicos. Tirem todas as dúvidas e apresentem todos os seus receios. Através do dialogo o conforto se torna presente e as complicações são reduzidas.

O que de mais importante o paciente precisa saber sobre contraindicações de anestésicos e seu tempo a atuação sobre o corpo?

Novamente, voltamos ao binômio paciente-procedimento cirúrgico para definirmos as contraindicações a determinadas drogas anestésicas. Dependendo de qual doença preexistente o paciente tenha vai acontecer a escolha da melhor droga, que mantenha as funções do corpo normais frente aquele procedimento cirúrgico.

Atualmente, as drogas anestésicas agem por tempo muito curto após a interrupção da administração dela. Isso propicia um melhor despertar e mais rápido. O mesmo acontece com as medicações administradas nos bloqueios, como a raquianestesia, e os bloqueio periféricos, com a vantagem de deixar uma analgesia maior ao paciente.

Escrito por

Dr. Douglas Santos

Ortopedista especialista em coluna
CRM: 117988

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