A maioria das queixas de joelhos estão relacionadas à dor, sobretudo ao movimento: atos como agachar-se, subir ou descer escadas, sentar ou levantar podem precipitar ou piorar as dores. Já algumas patologias dos joelhos podem diminuir ou até mesmo limitar os movimentos.
Além das dores, podem estar presentes sintomas de dormência, formigamento e sensação de peso. Estalidos também podem ser notados ou mesmo audíveis. A efusão (edema) articular pode surgir, acompanhado ou não de sinais de inflamação (calor, vermelhidão, inchaço).
Algumas vezes, as queixas são de falseios (falta de firmeza na passada).
Podemos dividir as causas em:
– Degenerativas: tendinoses, artroses na tíbia, fêmur, patela, fissuras nos meniscos, surgimento de osteófitos (calcificações), esporões, condropatias patelares (condromalácia), diminuição do espaço da articulação, deformidade do joelho em varo ou valgo;
– Traumáticas: rupturas de meniscos, ligamentos como o cruzado anterior (LCA), cruzado posterior (LCP), colateral medial, colateral lateral, quadricipital e patelar, fraturas do fêmur, tíbia, patela ou fíbula, além de luxações e entorses;
– Inflamatórias: tendinites, bursites, artrites, perimeniscites, sinovites, hoffites;
– Infecciosas: agentes bacterianos (pós-cirurgia, por exemplo), fungos ou vírus;
– Tumorais: fratura após enfraquecimento do osso (por um cisto ósseo simples, por exemplo), tumores malignos, metástases ósseas, etc.
É importante dizer que nem sempre a dores na região do joelho tem origem nessa articulação: uma hérnia de disco lombar com compressão de raiz nervosa, uma doença da articulação do quadril ou um herpes zoster podem gerar uma dor que se irradia no joelho.
O tempo de início da patologia, a idade do paciente, a exposição ao trabalho e a atividade física, a saúde geral, a intensidade da dor, a presença de malignidade (câncer) são fatores que influenciam na tomada de decisão do melhor tratamento.
Nos casos de degenerações, inflamações ou algumas entorses, o tratamento conservador é a primeira opção: mudanças de hábitos de vida, conscientização corporal, implementação de atividades físicas, medicamentos, fisioterapias, acupuntura, entre outros.
Em alguns casos, as infiltrações articulares, ou periarticulares com agentes anti-inflamatórios (corticóides), ácido hialurônico ou, mais modernamente, ortobiológicos (como a proloterapia), o plasma rico em plaquetas e o aspirado de medula óssea podem trazer alívio e reparação do tecido lesionado.
Também podemos utilizar os bloqueios de nervos da articulação como adjuvantes para alívio da dor, proporcionando conforto e segurança ao paciente para imersão em um programa de reabilitação articular através de exercícios de fortalecimento, alongamento e ganho de propriocepção, dependendo de cada caso.
Uma opção de tratamento interessante nos casos de artrose dos joelhos nos idosos é a técnica de neuromodulação (química ou por radiofrequência) dos nervos geniculares: de maneira pouco invasiva (se utilizando agulhas, muitas vezes num ambiente ambulatorial), é possível obter alívio da dor e rápida recuperação do paciente, podendo mesmo evitar uma cirurgia convencional.